Teria sido melhor se não te tivesse visto na estação de metro. Era hora de ponta, a estação estava cheia; todos as pessoas com pressa e os minutos contados para chegar a tempo aos escritórios, as lojas, as escolas,...
Podia ter passado simplemente por ti e não ter dado conta que estavas ali.
Rapidamente fiz as contas e já não te vejo há 10 anos. A última vez que te vi tinhas o cabelo comprido, desalinhado, um riso desconsertante e ingenuo. Tinhas vontade de abraçar o mundo, fazer uma poesia só tua.
Estás diferente.
Por um momento achei que devia ter parado e feito todas as perguntas que há 10 anos gostariamos de ter tido resposta. Solteira ou não? Feliz ou não? Realizada ou não? Independente ou não?
Deixe-te ir sem dares pela minha presença. Tambem já não sou a mesma pessoa e nem saberia por onde começar a grande história de como os meus planos mudaram de direcção e as minhas grandes certezas continuam sem resposta...
Pergunto-me quem seríamos nós se a vida não nos tivesse atirado para plataformas diferentes da estação.
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It would have been much better if I hadn’t seen you today at the station. It was peak hour and everybody was is a rush to get in time to the office, to the shops, to school.
I could have just walked past you without even noticing you were there.
Quickly I did the maths and I haven’t seen you in 10 years. Last time I saw you, you had long scruffy hair, a wide and naive smile. You wanted to embrace the whole world, create your own poetry.
You look different now.
For a moment I thought of stopping you to ask all those questions we would have wanted answered 10 years ago. Single or not? Happy or not? Accomplished or not? Independent or not?
But I let you go by without you noticing my presence. I am too a different person and I wouldn’t know where to start telling you the long story of how my plans changed direction and how my certainties are still without answer.
I wonder who we would be if life hadn’t thrown us onto different platforms in the station...
TEXTO/TEXT by C.
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